Fé e Obediência
Quando a fé não opera objetivando a
manifestação de Deus, o resultado será sempre a incerteza do coração.
A primeira Páscoa, por exemplo, foi um
exercício da fé, porque o sangue do cordeiro e o coração das pessoas operavam simultaneamente.
O sangue apontava o caminho da obediência e o coração estabelecia a base de
sustentação da fé. No momento em que a porta foi fechada, ela ocultou a família
que estava do outro dela, do sangue. Porém, Deus via o que ninguém mais via:
Ele via o sangue que sinalizava a existência de uma família que obedeceu
rigorosamente a Sua ordem e creu na Sua proteção.
O sangue colocado verticalmente – nas
ombreiras da porta, mostrava o meio de ligação das pessoas na terra com a
realidade do céu. O sangue colocado horizontalmente – na verga da porta
demonstrava o limite estabelecido por Deus entre a vida (a família dentro da
casa) e a morte (o Destruidor agindo do lado de fora). Antes da meia-noite,
fechou-se a porta de cada casa. Não se podia fechar a porta sem o sangue do
cordeiro. Também, não se podia colocar o sangue na porta e deixá-la aberta.
Nós precisamos entender a linguagem profética
do Antigo Testamento. Sem dúvida alguma, antes de Deus usar um homem, Ele tem
de prepará-lo primeiro. O preparo de Deus, às vezes, é um tratamento dolorido,
porque Ele precisa desligar coisas que estão enraizadas no coração humano.
O Senhor ao escolher Abraão para cumprir os
Seus propósitos, aparentemente Ele estava escolhendo a pessoa errada. Porém, o
Senhor olhava para o coração disposto a obedecê-Lo. A fé e a obediência do
coração colocam o homem na posição em que Deus quer. Quando chamado, Abraão
partiu sem saber aonde ia. Andando com os pés, mas guiado pelo coração.
Era um coração forte dentro de um corpo
fraco. Era um homem sem a força de homem. Um homem que ficou forte por causa de
sua fraqueza.
A obra de Deus foi realizada na vida de
Abraão. Primeiramente, Deus fez de Abraão um homem preparado, para depois,
torná-lo um pai consciente, feliz e abençoado.
A vida
do Espírito produz crescimento na Igreja. Logo, ela se conscientiza de que o
caminho para o lucro é a perda. Porque, perdendo-se é que se ganha. A morte não
é o fim, mas o início da nova vida de dependência absoluta do Senhor. A morte é
a colocação da velha vida na sepultura. A nova vida é o poder de se viver sobre
a morte numa projeção espiritual de alcançar a plenitude do padrão de Deus para
os seus filhos.
Não é bom ficarmos remendando as coisas com o
velho tecido do desprezo, à maneira de Deus agir na Sua infinita sabedoria.
Deus pode usar os meios mais impróprios aos nossos conceitos para realizar os
desejos do Seu coração.
Uma das maiores dificuldades que enfrentamos,
e que impede o Reino de avançar em nós e através de nós, é porque aceitamos com
muita naturalidade as coisas com motivações espirituais erradas, como sendo os
limites das nossas aspirações; estorvando, desse modo, toda a potencialidade da
nossa fé. Não podemos de maneira nenhuma estacionar o nosso coração na busca de
novas experiências. Muito pelo contrário, devemos ativar a nossa fé, e fazê-la
transpor as demarcações estabelecidas como linha final das nossas aspirações
espirituais. As explorações neste campo nos mostram que, quando a torrente da
vida espiritual seca, Deus nos remove para outro lugar, utilizando critérios
para nos ensinar que acima de tudo, as coisas estão dentro da Sua permissão e
que elas acontecem segundo as Suas determinações.
Pr.Zelito Freitas
Segunda Igreja Batista Getsêmani
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